sábado, 19 de dezembro de 2009

Soul malemolente


Vídeo resgatado, provavelmente, de algum programa televisivo dos anos 70.
A música é 'Use me', do disco Still Bill de 1972.
O cantor, compositor e instrumentista Bill Withers é mais conhecido pela balada soul 'Lean on me'.
Repare no vídeo o suingue malandro da banda do cantor. Todos muito à vontade.
Responsa total!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Discoteca Lamartino | Jorge Ben

Escolher apenas um disco do mestre Jorge Ben (isso mesmo... sem o Jor!), não é tarefa das mais fáceis.
Por isso mesmo que o Lamartino vai indicar logo quatro numa paulada só!


Samba Esquema Novo (1963)



Um disco de estréia impecável!
Samba Esquema Novo já delatava todo o talento e personalidade do compositor.
Tudo era peculiar: o texto, a métrica vocal, o suingue ao violão...
Logo de cara, uma sucessão de clássicos da música brasileira ('Mas que nada', 'Chove chuva', 'Balança a pema'...).
Na cozinha, um samba jazz pesado, com destaque para J.T. Meirelles e os Copa 5.
Indispensável.


A Tábua de Esmeralda (1974)


A Tábua de Esmeralda, é um dos discos mais cultuados de Jorge Ben.
Sua música, que já era autêntica, agora recebe doses extras de psicodelia e misticismo.


Solta o Pavão (1975)



Talvez por ter sido lançado logo após o celebrado 'A Tábua de Esmeralda', Solta o Pavão é um disco um pouco esquecido aos não-iniciados à discografia de Jorge Ben.
Mas nem por isso é um disco menor.
'Zagueiro', 'Jesualda', 'Jorge da Capadócia' e outras pérolas estão presentes nesta obra-prima.


África Brasil (1976)



Logo de cara, na introdução da clássica 'Ponta de Lança Africano (Umbabarauma)', um riff de guitarra memorável, cheio de suingue e 'pegada'.
É um sinal de que alguma coisa mudou... Jorge Ben agora empunha uma guitarra elétrica, instrumento que o acompanha (salvo raras exceções) até os dias de hoje.
África Brasil é um disco de pedradas certeiras e com um time de músicos da pesada!


Novas da Velha Guarda | T. Rex

Começa hoje a sessão de lançamentos da Velha Guarda!
E pra começar, um dos ícones do tal glam rock, Marc Bolan & T. Rex!



A paixão pelo rock demonstrada pelo jovem Mark Feld, seu verdadeiro nome, assustava até mesmo seus próprios pais. Começou na música ouvindo sem parar os compactos de Gene Vincent e Chuck Berry, dois de seus ídolos máximos. Pouco antes disso, quando tinha apenas nove anos de idade, Bolan ganhou sua primeira guitarra e montou um grupelho/paródia de skiffle, baseado em Lonnie Donegan (um ícone da música inglesa do período).
Cinco anos mais tarde, Marc foi expulso do colégio pelo comportamento agressivo e suas longas madeixas. Interessante notar que desde muito cedo, o astro criou também um fascínio pelo show business, começando como ator infantil na famosa série da TV inglesa "Orlando".
Com a explosão do movimento Mod pela Inglaterra, Bolan tornou-se um deles e virou um dos mais requisitados modelos masculinos da época, utilizando o pseudônimo de Toby Tyler. Daí para ser músico em período integral foi um pulo: adotou o nome de Marc Bowland e, em 1965, gravou um compacto sem a mínima repercussão - “The Wizard”.
Tudo começa a mudar quando passa a integrar o grupo Mod/Psicodélico John’s Children. Com eles, compôs "Desdemona", um dos hinos do período, gloriosamente banido da programação da BBC londrina por conter temática alucinógena.
Com o fim do John’s Children, Bolan conheceu o ator norte-americano Riggs O'Hara e com ele se mandou para Paris, onde travou contato com um mago que lhe transmitiu muita sabedoria, além de alguns conceitos de magia negra e truques como a levitação, por exemplo. Viagens à parte, Bolan passou a pisar mais fundo em suas composições depois de sua estada em Paris. Muito desse material tomaria forma com o Tyrannosaurus Rex, um duo de Bolan ao lado do percussionista Steve Peregrine Took. A dupla nasceu praticamente de apresentações improvisadas nas ruas de Londres.
Conseguiram impressionar o lendário DJ John Peel, da BBC, que apadrinhou e forneceu exposição em massa para a nova dupla revelação da ilha. Nessa fase inicial, gravaram quatro álbuns, alguns singles de sucesso e tocaram no primeiro concerto de rock ao ar livre do Hyde Park.

Durante uma tour pela América a parceria se desfez devido às famosas ‘divergências musicais’. Bolan não perdeu tempo e substituiu Took por Mickey Finn. O jeito foi lançar mais um álbum naquele tradicional formato folk/psicodélico antes de partir para o ataque - adotando guitarras elétricas, abreviando o nome para T. Rex e formando uma banda rock de verdade.
O primeiro estrondo da nova fase é “Ride A White Swan”, agradável, mas talvez ainda um pouco tímida. Pelo menos chegou com propriedade e classe no segundo posto da parada britânica. Na seqüência vieram “Hot Love” e "Bang A Gong (Get It On)", já embebidas na crescente onda Glam que assolava a Inglaterra com nomes como David Bowie, Mott The Hoople, Sweet, Slade, etc.
Agora como uma banda de rock completa, Marc contava com Finn na percussão, Steve Currie no baixo e Bill Legend na bateria – todos famosíssimos e quase magnatas, ídolos da juventude mais antenada. A EMI saca o prenúncio da T.Rextasy, só comparada a Beatlemania, e oferece a Bolan uma estampa só dele, a T. Rex Wax Co, que levava o próprio rosto do mega astro em sua logo marca, um arraso!

No auge, hits como “Jeepster” não paravam de pipocar nas rádios e nos programas de TV
. Na vitrola, Bolan e seu T.Rex são responsáveis por dois dos álbuns mais geniais dos anos 1970: "Electric Warrior" e "The Slider". Em 1972 era covardia colocar alguém para subir no ringue com o teen-idol Marc Bolan: "Telegram Sam", "Metal Guru", "Children Of The Revolution" e "Solid Gold Easy Action" – nocaute sonoro garantido, sempre no primeiro assalto.
No embalo, Ringo Starr, dando uma de cineasta, registra Born To Boogie, um longa-metragem capturando a T.Rextasy tomando conta da Inglaterra. Pra sacar o fenômeno, basta lembrar que 6 % das vendas totais de álbuns no país eram por conta da banda de Marc Bolan, que nessa altura parecia imbatível por natureza, como demonstrou seu próximo e arrasador sucesso: “20th Century Boy”. Em apenas três anos, o T.Rex emplacou 11 canções no Top 10 britânico, sendo quatro delas direto no primeiro posto.

Em 1973, o T.Rex lançou outro grande álbum ("Tanx") e foi vítima da prematura decadência da cena Glam. David Bowie foi esperto, matou Ziggy Stardust em pleno palco e saltou fora antes do barco afundar. O mesmo não aconteceu com Bolan que entrou em franca decadência, tremendamente frustrado por não conseguir traduzir seu sucesso inglês pelo norte-americano.
Ignorado na América e cada vez mais viciado em álcool e drogas, o arrogante Bolan engordou e foi ridicularizado pela imprensa britânica. Saiu do país visando fugir das pesadas críticas e dos altíssimos impostos e casou-se com a cantora Gloria Jones, com quem teve um filho chamado Rolan Bolan! Jones virou parceira, backing vocal e tecladista do T.Rex. Dessa fase são os álbuns "Zinc Alloy and the Hidden Riders of Tomorrow", "Bolan's Zip Gun" e "Futuristic Dragon".

Em 1977, a cena Punk apadrinhou Bolan e bandas como o Damned o citaram como seminal influência. "Dandy in The Underworld", seu último álbum, surge como um revigorante tônico sonoro. Tragicamente, um acidente automobilístico acabou com a trajetória de Bolan no dia 16 de setembro de 1977, duas semanas antes de nosso ídolo completar 30 anos de idade. O automóvel, guiado por uma embriagada Gloria Jones, derrapou na pista e bateu de frente com uma árvore, matando instantaneamente Bolan, que estava no banco de passageiro.
Uma mórbida curiosidade é o fato de Bolan sempre ter falado sobre automóveis em suas letras e ter também se recusado a dirigir por simples pavor de morrer como um de seus ídolos: James Dean. Chegou a comentar na imprensa sobre algumas visões, onde se via morrendo num acidente de carro (algumas evidências podem ser conferidas na letra da música “Solid Gold Easy Action").
Yeah!
Claudio Cox & Lovely Rita

domingo, 6 de dezembro de 2009

E no comecinho dos anos 70...



No primeiro vídeo, Elis Regina e a exímia violonista Rosinha de Valença, mandando ver numa composição de Dom Salvador.
No segundo, Elis numa interpretação arrebatadora do clássico "Uma vida", dessa vez ao lado do próprio Dom Salvador e Banda Abolição.
Lenha!!!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Velha Guarda

Sim!!!
Eles também estarão conosco em janeiro de 2010!
Nossos amigos Claudio "Cox" e "Lovely" Rita com suas belas camisetas.
Estampas que abrangem temas como música, cinema, pop art, personalidades... enfim, moda urbana de primeira!
Esporadicamente teremos informes sobres lançamentos e, como diz o Cox, outras 'groséia', aqui no blog.
Para mais informações, acesse: http://velhaguardacamisetaria.blogspot.com/

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Discoteca Lamartino | Ray Barretto- Acid (1968)

Enquanto a festa não chega...

As dúvidas foram grandes quanto a primeira dica musical deste blog.
Afinal de contas, há milhares de opções que contemplam a proposta do Lamartino.
Mas tendo em mente termos como "festa","calor","disco que apavora de cabo a rabo", a coisa se afunilou, e o escolhido foi esta obra-prima do conguero nova-iorquino Ray Barretto (1929-2006).
Filho de porto-riquenhos, Mr. Hard Hands (como foi apelidado) mergulhou tanto na música afro-caribenha quanto na efervescência do jazz que rolava nos nightclubs de Nova Iorque.
Esse disco, que tem o sugestivo nome de Acid, aponta para uma expansão musical que ia além do latin-jazz. Há elementos de rythmn blues, rock e soul que sinalizam para o advento das fusões musicais dos anos 70.
Confira aqui* e balance o esqueleto!

*relançamento com cinco faixas bônus.

Chegando...

No ABC paulista, existe uma relevante cena musical que preza pelo trabalho autoral.
Composições, arranjos, conflitos, desencontros... a labuta é árdua, fazendo jus à tradição industrial da região.
Gêneros diversos correm lado a lado, estabelecendo uma riqueza musical no mínimo instigante.
Dentro deste universo, naturalmente surgiu uma espécie de cooperativa informal, onde a troca de informações, mão de obra e experiências circulam sem o rigor corporativista.
Em janeiro em 2010, alguns músicos que atuam nesta cena vão colocar em prática um projeto musical que tem como objetivo maior, a diversão.
Mas que fique claro, como proclamava o mestre Francisco de Assis França, o Chico Science: "diversão levada a sério"!
O trabalho ainda é árduo, mas dessa vez a pesquisa musical tem a intenção de trazer à tona um clima dançante e nostálgico, proporcionado pela releitura de algumas canções e de alguns temas instrumentais.

A festa promete!

Lamartino.